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quinta-feira, 18 de abril de 2013

O Mágico de Oz: Apesar da História Fraca, Elenco Salva Produção

Malu Rodrigues como Dorothy em cena do musical O Mágico de OZ
O enredo deste musical dispensa introduções, afinal, é difícil nunca ter ouvido falar sobre a famosa jornada de Dorothy pela estrada de tijolos amarelos e que ganhou fama com o célebre longa-metragem estrelado por Judy Garland, em 1939. E O Mágico de Oz nunca esteve fora do centro da indústria mundial de entretenimento. Confesso que não sou fã da história – nem do filme – mas adaptá-la para os palcos é ver, com o perdão do trocadilho, mágica acontecer diante dos seus olhos. A montagem brasileira, assinada por Charles Möeller e Claudio Botelho, é bem fiel ao filme, porém, com muito mais humor. Isso, graças ao texto rápido e ao excelente elenco, que consegue transformar a fraca trama em um delicioso show. Ponto para Heloísa Périssé como a Bruxa Má do Oeste. Além de parecer que ela está improvisando em cena, com o conhecido tom de deboche, sua energia domina a plateia cada vez que ela pisa no tablado. Lúcio Mauro Filho como o Leão Covarde, apesar de mais tímido, também segue a mesma linha e cativa o público. A protagonista Malu Rodrigues tem uma das vozes mais bonitas que já ouvi, então a cação Over The Rainbow torna-se um prazer. A única decepção é Luiz Carlos Miéle como o Mágico. Apesar de Möeller e Botelho verem nele a única opção para o papel, Miéle não tem o ritmo exigido do musical e não consegue acompanhar os colegas. Surpreendentemente, também não expressa o carisma típico do personagem. A produção também é grandiosa, com números bem elaborados e coloridos. A conhecida cena das papoulas, que encerra o primeiro ato, está entre as melhores.

Serviço
O quê: O Mágico de Oz
Quando: Até 26 de maio, s extas às 21h30, sábados às 16h e 20h, domingos às 15h e 19h
Onde: Teatro Alfa (R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, São Paulo, fone: (11) 5693-4000
Quanto: de R$ 40,00 a R$ 180,00 


sexta-feira, 8 de março de 2013

Crítica - Oz: Mágico e Poderoso Mostra Como Tudo Começou


Filme inspirado em O Mágico de Oz chega nesta sexta (08) aos cinemas: longa investiga a origem no personagem-título


James Franco interpreta Oscar Diggs em Oz
A missão do cineasta Sam Raimi em Oz: Mágico e Poderoso (Oz The Great And Powerful, EUA, 2013) é investigar como o personagem-título do filme de Victor Fleming, de 1939, foi parar na encantadora Terra de Oz. E, mais do que isso, como ele se transformou no grande e respeitável Mágico, reinando absoluto na Cidade das Esmeraldas, já que magia passa longe de suas habilidades.


Na nova aventura da Disney, que estreia hoje nos cinemas, vamos conhecer Oscar Diggs (James Franco) — apelidado de Oz — um ilusionista trambiqueiro que abusa do seu poder de persuasão para conseguir uns trocados em um decadente circo instalado no Kansas.

Apesar de Dorothy não aparecer ou ser citada em momento algum no longa, os fãs da película estrelada por Judy Garland perceberão, desde o início, as inúmeras referências ao clássico. Elas são tantas, e nada discretas, que Raimi parece subestimar o público, como se o espectador não fosse capaz de acompanhar algo original. Ou seja, falta imaginação. 


A começar pela forma como Oscar vai parar em Oz (ele também é levado por um tornado) e a reprodução de um Kansas velho e sem cor — ao invés do sépia da produção de 1939, aqui a opção foi em preto e branco —, com o intuito de chocar com o colorido reino além do arco-íris.

Só tem um detalhe: Oz está extremamente moderna e surreal se comparada com a mesma terra encontrada por Dorothy anos depois. Sabemos que os tempos são completamente outros, só que os muitos efeitos especiais e o uso da tecnologia 3D transformaram o filme em um belíssimo espetáculo visual, com imagens realmente impressionantes, mas deixaram o reino tão absurdo e improvável, que fica difícil se conectar com tudo aquilo.

James Franco também tem responsabilidade nisso. Falta carisma, charme e até humor para segurar as mais de duas horas de produção, restando uma interpretação extremamente artificial. E isso parece ter contaminado todo o elenco, estelar, aliás. As três bruxas no caminho de Oscar são Theodora (Mila Kunis, que se sobressai, um pouco, entre as colegas), Evanora (Rachel Weisz) e Glinda (Michelle Williams), essa, a mais fraca de todas. Ela pegou o título de bruxa boa e acabou entregando, infelizmente, uma bruxa insossa. E são três porque, na trama de Victor Fleming, além da boa e da má, temos a que a Dorothy mata ao cair em cima com sua casa.

Quando Oscar é desmascarado por seus truques e foge do Kansas, ele é recepcionado por Theodora, que explica essa chegada inesperada como parte de uma antiga profecia que livrará o reino da bruxa má — ele precisa matá-la, achando que Glinda é a responsável por tudo. Para isso, o Mágico embarca pela estrada de tijolos amarelos para encontrá-la — como eu disse, são muitas as referências. Quer mais? No caminho, ele se depara com alguns seres locais precisando de ajuda e, após salvá-los, eles se tornam grandes amigos e passam a segui-lo nessa missão. No lugar do Leão Covarde, temos o Macaco Finley, e substituindo o Homem de Lata, conhecemos a simpática Menina de Porcelana. O espantalho vem depois, com uma função um pouco diferente.

Glinda revela-se como boazinha e guia Oscar na luta contra as verdadeiras vilãs. Até o campo de papoulas usado contra Dorothy pela bruxa má está aqui, dessa vez, aproveitado pelos mocinhos. Para justificar o sucesso de Oz, a saída foi sua criatividade com máquinas, conseguindo travar uma grande batalha na Cidade das Esmeraldas (mais uma vez, com ótimos efeitos, mas muitos erros de sequência, como uma população implorando pela vida de Glinda, sendo que ela durante anos foi considerada a vilã).

Mostrar a origem dos personagens de O Mágico de Oz não é uma novidade. O bem-sucedido musical Wicked explora bem as muitas lacunas deixadas pelo filme de Fleming, ao ponto de deslocar o caráter dos personagens e “revelar” que nada é o que parece. Seria melhor filmar essa versão do que tentar criar um filme óbvio que apoia-se apenas em recursos tecnológicos.


As irmãs Evanora (Rachel Weisz) e Theodora (Mila Kunis) são as bruxas más da trama de Oz: Mágico e Poderoso

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Mágico de Oz: Uma Magia Poderosa e Duradoura


Fábio Trindade
Fotos: Alessandro Rosman
DA AGÊNCIA ANHANGUERA

Os últimos testes de luz e alguns acertos ainda eram feitos no palco, que estava com a cortina fechada, até que, de repente, como se estivesse passeando num parque, uma bruxa verde, queixuda, nariguda, com os cabelos vermelhos e um vestido espalhafatoso sai da coxia e percorre toda a extensão do tablado. Ela para, ajeita o figurino e, discretamente, dá um sorrisinhos e fica olhando para a plateia, esperando a sua deixa. Era impossível reconhecer quem estava por trás de toda aquela indumentária. O diretor e tradutor Cláudio Botelho sai da plateia e fala com ela, que vai embora da mesma forma como entrou: tímida.

A mesma nariguda verde que volta ao palco na hora do "valendo" nem de longe lembra a distraída de minutos atrás. E nem poderia ser diferente, afinal, a tal bruxa não é qualquer uma por ai de um reino esquecido. Trata-se da maligna Bruxa Má do Oeste, o pior pesadelo da frágil Dorothy e de toda Oz. Assim como não dá para ficar indiferente a quem dá vida a ela. Tanto que basta Heloísa Périssé começar a disparar broncas e reclamações aos seus súditos no castelo sombrio montado no Teatro Alfa, em São Paulo, para o clima na sala mudar durante a apresentação para imprensa do musical O Mágico de Oz, que entrou em cartaz este final de semana na cidade.

Com um humor escrachado e ao mesmo tempo leve, Heloísa embarca na grandiosa produção do clássico filme de 1939 substituindo Maria Clara Gueiros após uma temporada de sucesso no Rio de Janeiro. "Eu a vi no Rio, eu vi os vídeos para conhecer a bruxa dela, para depois criar a minha. Eu acho que a bruxa dela é mais decidida, irônica. A minha é mais deprimida, passa por alguns conflitos internos. É uma bruxa bipolar", brinca a atriz, que faz tudo parecer improviso, mesmo sabendo que em musicais como esse cada fala e marcação são milimetricamente ensaiadas.

L. Frank Baum publicou O Mágico de Oz em 1900 e trouxe ao mundo a órfã Dorothy, que vive no tranquilo estado do Kansas com os tios Emily e Henry, até que um ciclone arrasta sua casa e ela vai parar, junto com o cãozinho Totó, na Terra de Oz. A casa cai no reino dos Munchkins, bem em cima de Bruxa Má do Leste, matando-a. A jovem herda os sapatos brilhantes da malvada e é aconselhada a seguir pela estrada de tijolos amarelos até a Cidade das Esmeraldas, onde poderá pedir ajuda ao Mágico para voltar para casa. O enrendo ganhou fama com o célebre longa-metragem estrelado por Judy Garland e, de lá pra cá, nunca esteve fora do centro da indústria mundial de entretenimento. Tanto que novas edições da obra, exposições e até um filme – Oz: Mágico e Poderoso, superprodução da Disney dirigida por Sam Raimi e estrelada por James Franco – resgatam a trama de L. Frank Baum (confira mais no quadro).

A montagem brasileira, assinada por Charles Möeller e Claudio Botelho – responsáveis por musicais como Hair, A Noviça Rebelde, Gypsy e Um Violinista no Telhado - é baseada na única adaptação autorizada para o teatro, feita pela Royal Shakespeare Company, seguindo praticamente todo o roteiro do filme, trazendo, inclusive, números cortados da versão cinematográfica.

A talentosa Malu Rodrigues, de apenas 19 anos, mas com seis produções no currículo, lidera um elenco de 35 atores e 16 músicos ao encarnar o emblemático papel de Garland. Pressão? "Durante o período dos ensaios, audição e tudo mais, eu nunca parei para pensar nisso ou no que as pessoas iam achar. Hoje, eu também penso assim, porque a gente não tem como agradar todo mundo. Tem gente que vai gostar, outras não, mas a pessoa que eu mais torço que esteja orgulhosa é a Judy Garland, lá em cima. É um personagem emblemático sim, mas não só por ter sido feito por ela, mas por ser incrível, bem construído. Foi um presente que o Cláudio e o Charles me deram depois de tantos trabalhos juntos."

Elenco

Para os idealizados, Luiz Carlos Miéle sempre foi o nome para dar vida ao Mágico. Tanto que, para isso, Botelho pediu autorização para escrever uma canção exlusiva para o personagem e, assim Miéle aceitar o papel. "Sempre quis fazer um musical e quando me convidaram para esse foi uma alegria e uma decepção", revelou o ator. Quando disseram que era para ser o Mágico, ele percebeu que não iria cantar ou dançar. "Fiquei tristíssimo. Falei que era melhor deixar, que eu ia esperar um outro, se é que um dia fosse aparecer outro." Dois dias depois, ligaram para Miéle para contar que Botelho tinha conseguido uma licença especial para escrever uma canção especial para ele, algo que não existe em nenhuma outra montagem. "Devia ter exigido isso também", brincou Heloísa, já que ela se disse também frustrada por não cantar. "Estou em um musical em que eu só falo o texto. Mas não tem problema, outras coisas virão."

Lucio Mauro Filho, que faz sua estreia no gênero, vive o Leão Covarde. Com trejeitos homossexuais e piadas nada infantis, a proposta chegou a assustá-lo no início. "Quando li o texto pela primeira vez e vi a piada da lata (no belo número As Papoulas, o Leão tira do bolso o objeto e diz que o efeito das flores é tão forte que sentou em cima da lata e nem sentiu), fui no Cláudio e perguntei se era isso mesmo. E ele me respondeu: Está no original (risos). Para a minha surpresa, era mesmo do original e percebi, de fato, que era uma história contada para todas as idades, com piadas de diferentes tons. Claro que ficamos com a preocupação de se vai incomodar, ofender, mas, durante toda a temporada no Rio, ficou claro que a maldade está apenas na cabeça do adulto."

O versátil André Torquato, revelado em Gypsy e estrela de Priscilla - Rainha do Deserto, e Nicola Lama, que ganhou destaque pelo ótimo desempenho em Um Violinista no Telhado, completam o trio o de amigos que ajuda Dorothy a seguir pela estrada dos tijolos amarelos como, respectivamente, Espantalho e o Homem de Lata.

Serviço

O quê: Musical O Mágico de Oz
Quando: Até 26/05, sextas às 21h30, sábados às 16h e 20h, domingos às 15h e 19h
Onde: Teatro Alfa (R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, São Paulo, fone: (11) 5693-4000
Quanto: de R$ 40,00 a R$ 180,00
Classificação: Livre
Duração: 150 minutos (com intervalo de 15 minutos)